quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A linha de vida!

Devido aos resultados recentes, uma hipotética vitória do Porto contra o Shakhtar nunca me passou pela cabeça. A inacreditável miséria futebolística em que caímos não me permitia pensar o contrário.

Porém, esqueci-me de uma coisa. O Shakhtar é um clube em crise tal como FCPorto. Talvez até pior. Nesses casos, quase sempre se safa a equipa que tem menos pressão naquele determinado contexto. O facto de jogar fora de casa foi assim determinante para nós.


Este resultado lisonjeiro põe-nos assim à porta da Champions. Contudo, se não ganharmos em casa ao Zenit, apenas teremos de aceitar que não tivemos o nível mínimo exigido e que a Liga Europa está, neste momento, mais de acordo com a nossa realidade. Admito porém que seria uma grande frustração não vencer esta equipa mediana. Se tal acontecer, espero que alguém imite o gesto de Danny e, se possível, que lhe dedique claramente o insulto.

Voltando ao jogo do Shakhtar, tenho de admitir que foi um jogo pouco conseguido. A não ser o resultado tivemos mais do mesmo:

- Instabilidade defensiva
- Desconexão dos sectores
- Ausência total de plano de jogo
- Incontáveis passes falhados
- Opções incríveis do treinador

Mais uma vez fomos salvos pela inspiração momentânea de quem tem um plantel com talento. E também pela estrelinha da Sorte. Fora do mérito fica qualquer referência ao treinador. As opções que ele tomou ao colocar Maicon à direita depois da horrível exibição de Coimbra e um Djalma sem rotação num jogo decisivo, são incompreensíveis.


Porém, ganhamos. Isso é o que realmente fica para os anais. Se estou aliviado com isso? Terei de dizer que não. Os benefícios de poder passar à fase seguinte da Champions ou os malefícios de continuar com VP ao comando só serão devidamente medidos com o jogo de Braga.

Só então verificaremos se a equipa chegou ao clique emocional necessário (tipo Sporting contra o Paços) ou, por outro lado, fora mais uma vitória natural de quem tem mais do que talento suficiente para, de quando em vez, apesar da anarquia, ter resultados ocasionais.

Houveram, é claro, coisas positivas. Os festejos dos jogadores foram um espelho claro de que também eles sofrem. Dizer que eles não queriam nada com isso é um disparate. As celebrações com o treinador foram igualmente inequívocas. A maioria do plantel não tem problemas com VP.


Contudo, se uma possível má relação entre o plantel e o treinador fosse uma explicação plausível para os maus desempenhos, o facto de essa questão não se colocar torna ainda mais difícil o entendimento da nossa situação.

Enfim, resumidamente, esta última e inesperada vitória não quer dizer nada sobre VP e a equipa. A situação não se mexeu. Somos ainda uma equipa que jogou mal mas que, agora, pode começar a ganhar confiança e alegria. Tenho fé que isso possa vir a acontecer. Os próximos jogos o dirão.

1 comentário:

  1. só uma achega (pertinente) sobre o Shakthar e que ajuda a perceber a importância desta vitória (mesmo que muito feliz):

    « Shakhtar's domestic domination is no surprise given 45-year-old Akhmetov has spent almost £900m during his time in charge[desde 1996]. The annual budget now stands at £64.5m, allowing the club to maintain a squad containing numerous Ukraine internationals along with 12 top-class foreigners, many recruited from Brazil »

    fonte: shakthar

    abraço
    Miguel

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