domingo, 27 de maio de 2012

Euro 2012 - Outra vez não!!!!


Já há muito que não tenho nenhum especial sentimento pela selecção e, isso tem de ser dito logo à partida.

A selecção que me fascinou, e fascinou a todos, foi a de Figo, Paulo Sousa, Rui Costa, Fernando Couto, João Pinto, Jorge Costa, Vítor Baía e companhia. A partir daí, o meu interesse foi decrescendo até chegar ao ponto de estar quase insensível ao que acontecer.

Houveram tempos em que a selecção era de todos. Hoje, a selecção é de alguns. Antes puxava pela equipa mas, hoje, apenas consigo gostar de poucos dos que lá estão. Os outros me importam.

Consigo até dizer, sem ponta de ironia, que, neste Euro 2012, sou pelo Bosingwa e pelo Ricardo Carvalho.

Os meus problemas com a selecção começaram com Scolari. Se muitos prezam as suas quase conquistas, eu acho que ele não fez nada de especial. Conseguiu até perder duas vezes com a Grécia com uma equipa que tinha, entre outros:

- Paulo Ferreira e Miguel em plena forma;
- Nuno Valente no topo da carreira;
- Ricardo Carvalho no topo;
- Deco no Topo;
- Rui Costa ainda operacional;
- Pauleta em alta rotação;
- Luis Figo quase na plenitude;
- Cristiano Ronaldo a emergir;
- Uma série de outros talentos como Simão, Maniche, Tiago etc.

Assim, pergunto eu, foi alguma coisa de especial ir à final do Euro em casa? Não.


Mas o que mais me surpreendeu, e deu origem ao meu desgosto quanto às selecções, são as decisões pessoais e desrespeitosas em relação a jogadores que mereciam mais.

O caso Vítor Baía foi o primeiro de muitos. Um jogador que acabava de se sagrar campeão Europeu e de ser eleito como o melhor Guarda Redes da Liga dos Campeões, que era também um ícone da equipa e que sempre pautou a sua carreira pelo respeito e dedicação, não podia ser tratado abaixo de cão por um brasileiro com bigode hitleriano.



Usar um Senhor, um dos mais carismáticos jogadores Portugueses de sempre, e um dos mais titulados do mundo, como um exemplo de autoritarismo foi indecente.

Alguns dirão que Ricardo esteve muito bem e que ganhamos aos Ingleses graças a ele. Eu, bem pelo contrário, digo que defender um penalti ao fim de 10 marcados, e levar um frango decisivo no jogo da final, não é nada de se gabar.

Posto isso, em 2006, não tendo os egos esmorecido entre o FCP e Scolari, este vinga-se não convocando Quaresma que, nesta altura, era apenas, e de longe, o mais talentoso jogador a actuar em Portugal.




Não duvido até que a sua "despromoção" para os sub 21 (que acabou de forma lamentável) tenha tido um forte impacto negativo na carreira global de Quaresma. Esses golpes marcam. Especialmente quando se sabe que se tinha ganho, em campo, o direito de jogar.

Mais recentemente, outro ditador sem pudor entrou nos quadros da selecção. Apesar de Queiróz, anteriormente, ter cumprido os requisitos mínimos  (sim, a muito custo) ao passar a fase de grupos, nada pode fazer, nem era espectável que o fizesse, contra equipas de maior gabarito. No entanto, foi corrido como um cão vadio e entrou Paulo Bento. Um treinador que nunca ganhou nada de relevante, nem provou ter qualidade acima da média tanto como jogador como treinador.



Aliás, o legado de Paulo Bento foram épocas de mediocridade no Sporting, apenas manchadas por 2 vitórias em Taças de Portugal que, sejamos honestos, não valem nada. Além disso, também ficou recordado por uma série de problemas com jogadores. Este perfil de líder de ferro, inflexível e teimoso como um burro, não fica bem a ninguém.

Os bons líderes são os que castigam mas também perdoam. Se não souber perdoar, apenas é um ditador e, como reza a história, este tipo de personagens estão condenadas a cair em chamas.

No que toca à selecção, o Risca ao Meio, em pouco tempo, causo mais problemas do que um Tsunami. Mal foi destacado para o lugar de Queiroz, uma série de jogadores abandonaram a selecção. Seria por o fim de um ciclo ser um momento apropriado ou, por outro lado, por saberem quem era Paulo Bento melhor do que ninguém? Fica a especulação no ar.

Contudo, os casos mais graves, foram sem dúvida os de Ricardo Carvalho e José Bosingwa.


Carvalho foi o melhor defesa central da história do futebol Português. Está no top 5 da sua geração e, na altura da sua excomungação, era ainda titular do Real junto a Pepe.

Muitos dizem que o que ele fez não se faz. Correcto. Muitos dizem que eles estão ali para jogar e mais nada. ERRADO. Jogadores como Carvalho, que são estrelas mundiais e que tem um CV de alto gabarito, a partir de uma certa idade, estão a fazer favores às equipas. Aos 33 anos, Ricky ganha menos com a selecção do que a selecção com ele e, isso, tem de ser respeitado.

Assim, um jogador que sempre pautou pela excelência em campo tanto como fora dele, com um percurso imaculado por todo o lado onde passou, tem direito a um tratamento diferente do que aquele que é dado a um rapaz de 21 anos que está a começar a provar-se no seio desta equipa.

Até Mourinho, explicava a Jorge Costa, a Terry, e Ronado porque é que ia ir para o banco neste ou naquele jogo. Ou porque queria ver outra solução, porque queria por o jogador a descansar ou recompensar o suplente pelos esforços nos treinos. De qualquer forma, NUNCA se manda uma lenda viva para o banco SEM QUALQUER JUSTIFICAÇÃO.

Claro que Carvalho reagiu mal. A quente. Mas também foi homem para vir pedir desculpas a público. Coisa que não deve ser fácil para ninguém. Risca ao Meio, este, como adepto do autoritarismo, não se mostrou minimamente preocupado nem admitiu, por uma fracção de segundo, que deveria ter tratado este jogador de forma diferente.

O facto é que perdeu-se um grande jogador que mete, ainda, Rolando e Bruno Alves, no bolso pequeno.




Bosingwa também se pode queixar. Um bi campeão Europeu, que joga numa posição em que mais ninguém convence, foi corrido sem qualquer motivo válido. Disse Paulo Bento que não gostava de jogadores pouco disponíveis para a selecção. Ou seja, que "fingiam" lesões para poder jogar pelo clube.

José Bosingwa, este, veio publicamente limpar o seu nome chamando, sem papas na língua, de MENTIROSO ao Risca ao Meio. A verdade é que, no caso comentado por Paulo Bento, Bosingwa apresentou provas médicas válidas e, no fim de semana seguinte, nem jogou pelo Chelsea.

Após este comunicado do lateral, Paulo Bento retirou-se no silêncio, sem justificar nada a ninguém.

Outra faceta que não aprecio neste tipo é o xenofobismo e mentalidade retrógrada no que toca aos jogadores naturalizados. Vejamos apenas a nossa história, que, até agora, está recheada de grande jogadores que não tiveram origens em Portugal. Eusébio não era Português e não me venham com o argumento Salazarista de que "eram colónias e parte do país". Jordão também não era. Deco e Pepe também não.



Quando vejo uma pessoa insinuar que por ele nunca mais se naturaliza ninguém rio-me da sua estupidez. A Alemanha teve africanos na sua selecção e joga, hoje em dia, com jogadores que tem origem na  Polónia, Austria e Turquia. Muitos poderão dizer que "nasceram na Alemanha" e Deco e Pepe não. Porém, eu, vi dois chavalos de 18 anos a tornarem-se homens cá e a jogar mais tempo na nossa 1ª liga que Figo, Rui Costa ou Cristiano Ronaldo. Vi até Deco e Pepe escolherem Portugal em detrimento do Brasil coisa que muitos Portugueses não fazem.

Aliás, basta ver as selecções da França para verem quantos descendentes Portugueses estão se a borrifar para as suas origens. Basta ver que todas as equipas naturalizam e, nós, orgulhosamente sós, estamos a fazer de conta que temos mais valores que os outros quando, na prática, metade do país, se pudesse, saia desta jangada de pedra semi afundada, para nunca mais cá voltar.

Temos de jogar com todas as cartas. É o que os outros fazem.


Desta forma, não fosse o Risca ao Meio, estou quase certo de que teríamos Fernando na selecção. E este é um jogador que tanta falta nos faz.


Além de tudo isso, a inconsistência em jogadores absolutamente inúteis como Rúben Micael e Carlos Martins, em detrimento de Hugo Viana que teve a sua melhor época de sempre, é absolutamente inaceitável. Juro que se fosse Viana, o dia em que Paulo Bento me tivesse chamado, iria à TV abdicar da selecção justificando o facto por não ser um vulgo remendo à disposição de um sapateiro como o é o técnico da selecção.

Temos hoje uma equipa de qualidade mediana. As nossas selecções inferiores são fracas porque os jovens tornaram-se uns maricões que não podem jogar futebol na rua ou num capo de milho. Tem de ser num sintético, com sapatilhas de marca ou, se possível, na PS3. Há uma série de jogadores deprimentes que tem vindo a jogar pelas Quinas que são o prenuncio da morte. Falo de Eliseu, Duda, Micael, Martins e até Hugo Almeida e Postiga que, nem em clubes do 3º escalão, conseguem ser bons jogadores. Agora, chegamos a um novo fundo de ter de convocar um puto de 20 anos (Nelson Oliveira), que nunca fez nada para o merecer, para compor as coisas em termos de avançados.

Não temos soluções, não temos efectivo e, ainda por cima, temos um sabotador que se tem entretido a amputar a selecção nacional.

Por essas, e por outras que a preguiça me impede de relatar, vejo a selecção como um antro de egos enormes que causam decisões pouco claras. É um negócio enorme onde não existe ponta de verdadeiro orgulho nacional.

Os tempos das Selecções de Ouro, que nos faziam vibrar, foi coberto por um manto escuro onde as atitudes estranhas e opções incompreensíveis reinam.

Por mim, como sou pelo Carvalho e pelo Bosingwa, se a selecção sair do Euro sem um golo sequer marcado (o que é provável.. pelo menos sem vitórias), não chorarei. Ficarei contente por corrermos com mais um maníaco egocêntrico. Só terei pena do Ronaldo que precisa do Europa para ganhar a Bola de Ouro e de alguns outros jogadores que merecem o meu respeito.

domingo, 6 de maio de 2012

Olhando para o passado e espreitando o futuro!

Este Porto não foi um Porto vintage como o do ano passado. Longe disso!

Este Porto foi um destes Portos que se serve à chegada das excursões de 3ª idade. Ou seja, é mau, mas, contudo, serve o propósito. Até porque, este vinho e esta equipa, por muito maus que sejam, são sempre superiores à media.

A época que finalmente acabou (e digo finalmente porque tantas vezes rezei para que acordasse deste pesadelo) foi um prato azedo que deixou um sabor doce no fim. As competições perdidas, e a forma como as perdemos, não foram totalmente apagadas pela vitória no campeonato. Campeonato que à primeira vista parece muito bom mas que, para quem viu, sabe que não passou do mediano (ou medíocre).

Liga dos Campeões:



Uma das prestações mais humilhantes que alguma vez vi. Caindo no grupo mais fácil, ter sido enxovalhado por clubes de 4ª linha como o Apoel e o Zenit foi um prenuncio do que se avizinhava. Muito dinheiro perdido e, acima de tudo, uma oportunidade esbanjada de valorizar activos após uma resplendida época europeia no ano transacto.

Liga Europa:














Não era a nossa competição mas, no entanto, deveríamos ter saído de outra forma. Sermos goelados pelo City não é aceitável. Bem sei que eles nos enfrentaram com uma atitude séria e de respeito (coisa que causamos naturalmente a qualquer adversário), o que os levou a vencer facilmente de mais. Tivessem eles tido metade da mesma postura contra o Sporting e ainda por lá andariam.

Taça de Portugal:


Ser eliminado desta competição da forma que fomos, ou seja, contra uma equipa muitíssimo inferior, foi mais um desgosto. Não há muito mais a dizer sobre isso.

Taça da Liga:

Perdemos mais uma vez às mãos do 5LB. Nada de muito preocupante pois ate podíamos ter ganho. No entanto, esta é uma taça que falta no nosso salão. Mesmo que apenas valha o seu peso em lata, devemos tentar ganhá-la antes que os clubes se recusem a jogá-la.

Supertaça:

A forma como a ganhamos, a custo e com polémica, foi o perfeito pronúncio do que aí vinha. 2 meses antes trucidamos o mesmo adversário numa Final por 6 golos a 2 e, de repente, a equipa pareceu estar numa letargia da qual nunca conseguiu sair.

Campeonato:

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Nota positiva: Ganhamos. Nota negativa: Jogamos muito muito muito mal. Salva-se as vitórias decisivas em lisboa e Braga quando assim foi necessário. Isso demonstra que o carácter vem a cima quando se trata de equipas vencedoras. Um bem haja ao benfica que se afundou em mediocridade depois de ter 5 pontos de vantagem e, logicamente, ter-se deixado ir na corrente entorpecedora da bajulação dos media.

Contas feitas, um ano positivo. Um 10/20. Chega para passar mas não é motivo de especial orgulho. De referir apenas que são 8 campeonatos em 10 anos. Ou 4 em 5. Domínio que esta época ameaçou desfazer. Caso tivéssemos perdido, os argumento mouriscos seriam de 2 em 3 para o lado deles. Safamos-nos!

Tal como Pinto da Costa disse, as épocas não se preparam no fim da última. As épocas vão sendo preparada com antecedência. Espero que este ano a SAD tenha um comportamento de sucesso pois, nesta ultima época, os erros foram tantos que até a torre das antas ameaçou cair.

Pessoalmente, eis o que eu acho que vai acontecer vs o que quero que aconteça.

Treinador:



Quero que se vá embora ontem. O futebol com ele é sofrível e deve ser o único treinador campeão de quem os adeptos, na sua vasta maioria, não gostam. Porém, tenho a sensação de que Pinto da Costa não irá ter vontade de se desfazer do adjunto do adjunto do adjunto de Sir Bobby Robson. Ganhar com ele foi uma bofetada aos benfiquistas. O mesmo seria dizer que até sem treinador ganha. A minha aposta é então de que iremos ter mais um ano  de VP pela frente.

Aguenta coração.

Transferências:


Temos de fazer pelo menos 40 milhões em vendas para colmatar o imenso rol de salários e investimentos exorbitantes (e pouco claros).

Toda a gente fala da venda de Hulk mas verdade é que, se não vier uma proposta de bem mais de 50M, nem sequer há conversa. E todos sabemos que a crise está cá para todos.

Contudo, não é necessário vender nenhuma das pérolas para equilibrar as contas. O plantel é tão vasto e tão mal aproveitado, que os seus excedentes dariam para resolver muitos problemas.

Assim, o meu cenário ideal seria:

- Vender Rolando por +10M. Este jogador estar em fim de linha e a dupla Maico vs Otamendi, com a chegada de um talentoso Mangala assim como os rumores de um regresso de Carvalho, não só beneficiaria todos os jogadores do clube como o próprio Rolando.

- Vender Varela +5M. Varela deu muito ao Porto. Foi importante em momentos chave. No entanto, o seu espaço diminuiu na mesma proporção do que a qualidade das suas exibições. Com a afirmação de James, um Iturbe a querer aparecer e um Djalma que, sinceramente, jogou o mesmo que Varela (ou seja, pouco), a saída avizinha-se. Ate porque está na idade limite para render alguma coisa.

- Vender Alvaro Pereira +12M. Época verdadeiramente decepcionante. As suas exibições roçaram o ridículo. Como é possível passar de um jogador considerado um dos melhores na Europa na posição, a um autentico rebo de pés quadrados, incapaz de fazer um remate ou um centro? Os seus desempenhos foram tão fracos que não há um Portista que o queira manter quando tem Alex Sandro na calha.

- Vender Guarin +9M. Esse foi um dos que estava a mais na equipa. Depois de uma grande época, onde foi importante, o excesso de jogadores para aquela posição, assim como que a inadaptação a VP, empurraram-no para fora. Peço ao Inter que fiquem com ele. Até fiz um preço barato! De qualquer forma, a esse valor, vai para outro clube. Este tem mercado e não tem espaço no plantel. Obrigado por tudo.

- Belluschi +5. Nunca gostei dele ao contrário da maioria dos Portistas.Um nº 10 que não consegue fazer um passe decisivo nem dar sequência a jogadas de forma consistente, não serve. Parece que é titular no Génova. Talvez por isso estejam no estado que estão.

- Fucile +5. Depois do empréstimo pode fciar no Santos. Ele dá-se bem no estilo descontraído dos brasucas. Além do mais, não tenho saudades dos seus derrames cerebrais que nos custaram muitos jogos. Fucile, bem visto no Dragão, foi nos mais prejudicial do que benéfico. Perdi a conta aos jogos que perdemos com ele expulso. O último dos quais, e que ditou a sua saída, contra o Zenit e de uma forma indesculpável.

Assim, fazendo as contas de uma forma real e sem exagerar nos valores pedidos, faríamos 47M sem tocar nas pedras chave da equipa.

No entanto, o que eu acho que irá acontecer é:

Vender Rolando, Varela, Hulk, Fernando e Alvaro Pereira. Dos emprestados vamos conseguir enfiar o Guarin (abaixo do valor) e o Fucile. Belluschi irá voltar para ser emprestado até acabar o contrato.

O desafio passa depois por arranjar substitutos para Hulk (impossível) e Fernando (quase impossível).

Se não conseguirmos suprir a saída destas pedras chave, prevejo um campeonato muito equilibrado com a ascensão do Sporting e queda do benfica (que também vai vender) e do Porto. O Braga, esse, se mantiver a qualidade de jogo, irá ter uma oportunidade ainda maior de se chegar à frente.